A época 2007/2008 viu explodir um novo Ronaldo (havia outro, o brasileiro) no panorama mundial. Mais de quarenta golos marcados numa só temporada. Exibições e golos memoráveis em dezenas de jogos. Títulos individuais e colectivos. Uma época em que foi, sem dúvida, o melhor do Mundo. Mas, pelos vistos, as suas performances em campo não chegaram para o satisfazer. Aparentemente, existe a necessidade de maior exposição. E como se promove ainda maior exposição depois de um ano de tanta visibilidade? Criando e alimentando polémicas. Mostrando ingratidão por quem nos tornou no que somos. Criando ódios dentro da nossa própria casa. Dando respostas parvas e provocadoras em entrevistas. Enfim, é este o Cristiano Ronaldo versão 2008/2009.

Os gatilhos
De facto, o rapaz já irrita. A constante necessidade de mostrar serviço em prejuízo da equipa e a sua tendência para se tornar o centro das atenções apenas incutem antipatia em quem o vê pavonear-se por esses estádios fora. Além da ausência de humildade e de uma grande dose de vaidade, há que diagnosticar, ainda, um caso evidente e bem agudo de egocentrismo. Aliás, por muito que me custe revelar esta dica a potenciais adversários da Selecção, há uma forma muito simples de parar Ronaldo. Não é com um, dois ou três defesas, mas sim com elogios. A treinadores e jogadores adversários basta dizer, alto e bom som, que ele é o maior, que «só se consegue pará-lo com uma pistola», e comentários do género. Vão ver que ele entra em campo com o ego de tal maneira inchado que mais ninguém vai ter bola nesse jogo. É tudo dele. E quem se lixa? A equipa onde ele joga e o treinador que não tiver a coragem de o mandar para o banco. Jogos contra Albânia e Brasil são dois excelentes exemplos disso mesmo.

Recados
Hoje em dia, quando vejo um miúdo na rua a jogar à bola e o ouço dizer que quer ser o Cristiano Ronaldo, fico logo nervoso. A minha vontade é dizer-lhe: «não queiras ser o Ronaldo rapaz». Este é o meu recado para os miúdos por este país fora: se gostam de futebol, se querem ser craques, procurem outros jogadores na moda para vos inspirarem. O futebol não se resume a fazer muitas e variadas fintas e impressionar as miúdas.
Quase me esquecia... Por tudo o que é sagrado, prof. Queiroz e sr. Madaíl, tirem a braçadeira de capitão a este menino e coloquem-na no braço de um homem que saiba respeitar os adeptos portugueses e que possua os outros atributos indispensáveis a um capitão de equipa. Atributos esses que, por muito que os procurem, jamais encontrarão em Cristiano Ronaldo.
* 26/11/2008
4 comentários:
"Cristiano Ronaldo não rende nos jogos decisivos. Não vale a pena procurar exemplos para contrariar esta crença"
Não é bem assim. Marcou, por ex, na final da liga dos campeões (aliás foi o melhor marcador da champions, pelo que dede ter marcado mts decisivos, tal como no campeonato)
Manel
Para cada regra há uma excepção.
É verdade que marcou um golo na final da Champions mas a exibição foi fraquinha e depois falhou o "seu" penalty no desempate, que só não deu a vitória ao Chelsea por causa da escorregadela do Terry.
Esteve muito bem nos quartos-de-final com a Roma e marcou muitos golos na fase de grupos. No duelo com Messi das meias-finais, ficou claramente a perder, tal como no ano anterior no duelo com Kaká.
É raro fazer uma exibição de bom nível nos grandes jogos da Premier League. Nos jogos com os "pequenos" farta-se de marcar golos.
Dados estatísticos:
Na época 2007/2008, o Man. United marcou 80 golos na Premier League, 31 foram da autoria do Cristiano Ronaldo - 38%
Em 6 jogos disputados contra Arsenal, Liverpool e Chelsea, o Manchester marcou 12 golos, 2 deles por Ronaldo - 17%
Temos mesmo de concordar, o «puto» precisava mesmo de uma banhoca de humildade - qualquer coisa como ficar sem o prémio da FIFA de melhor do Mundo.
Enviar um comentário