segunda-feira, 6 de abril de 2009

O que eu não compreendo

A partida Portugal-Suécia, que terminou com um empate a zero golos muito penalizador para a nossa Selecção, foi a terceira consecutiva em que Portugal não conseguiu marcar golos. O tópico sobre a incapacidade concretizadora dos nossos avançados tem sido amplamente debatido, mas no meu ponto de vista existem apenas dois motivos que explicam esta aselhice nacional: os jovens jogadores só aprendem a fintar e não os ensinam a rematar à baliza; e a pressão que os nossos atletas passaram a sentir depois da derrota com a Dinamarca, ampliada (e muito) com o escândalo Albânia. Portanto, esta parte do nosso fracasso frente à Suécia, eu compreendo. Compreendo ainda a utilização do Pepe a «trinco», até compreendo a escolha inicial para o tridente de ataque e também compreendo que fizemos uma boa exibição. No entanto, passaram-se algumas ocorrências durante o encontro que não compreendo, e passo a enumerar:

1.º O «banco». Mais propriamente, os defesas que foram para o banco de suplentes. Nélson ficou na «bancada», Miguel e Paulo Ferreira não foram convocados. Gonçalo Brandão e Rolando foram os eleitos. O primeiro é um defesa versátil, que pode jogar a central ou a defesa esquerdo, e faz todo o sentido a sua presença no «banco«, ainda mais quando no «onze» está um lateral-esquerdo adaptado (Duda). Já Rolando é um central, como Ricardo Carvalho, Bruno Alves e o «trinco» Pepe. No onze inicial estavam três jogadores que podiam jogar na posição de defesa-central, no «banco» estavam dois jogadores que podiam jogar a defesa central e, um deles, a defesa esquerdo. Pois é, a única posição que não estava assegurada com jogadores em campo ou no «banco», caso sucedesse algo de imprevisto, era a de defesa-direito. Surpresa das surpresas... Foi Bosingwa quem se magoou e lá tivemos que fazer mais uma adaptação e perder profundidade atacante no lado direito. Nélson no lugar de Rolando parecia ser uma medida simples para precaver qualquer eventualidade na defesa... Não foi essa a visão do seleccionador.

2.º A substituição de Tiago. O médio da Juventus fez uma primeira parte sofrível, no entanto, iniciou a segunda metade do jogo em grande nível, ofereceu golos aos seus companheiros, colocou inteligência e visão de jogo ao serviço do colectivo. Uma exibição de encher o olho que foi bruscamente interrompida pouco depois dos 60 minutos de jogo, por decisão técnica. Meireles estava em noite de desnorte, muito ao contrário, Pepe tomava conta do meio-campo. Como teria sido belo contemplar Tiago e Deco a «fazerem jogo» por Portugal naquela última meia hora do tudo ou nada... Não compreendo.

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